quinta-feira, 18 de maio de 2017

Declaração do M-LPS sobre a situação Política

DECLARAÇÃO




                                  TODOS À BRASÍLIA NENHUM DIREITO A MENOS!

FORA TEMER E O CONGRESSO!

DIRETAS JÁ E ELEIÇÕES GERAIS!


Companheiros/as,

Estamos assistindo no mundo a fúria de um sistema decadente e podre contra a classe operária, na busca de retirar direitos históricos para continuar aumentando a exploração e seus lucros. Por outro lado, em todo mundo, existe uma resistência fantástica dos trabalhadores e da juventude, que lutam com todas as armas na defesa das suas conquistas. A crise do capitalismo acelera e aprofunda a polarização política e social aumentando a tensão entre classes. Na América latina o processo tem sido muito duro, leia-se o que está acontecendo na Venezuela. Na França o mais alto Índice de abstenção e, apesar da vitória de Macron, houve um crescimento da candidatura de esquerda de Melanchón.
"Nem banqueiro, nem racista" diz o cartaz. Protesto no dia seguinte da eleição presidencial na França 27/4 (Foto: Thomas Samson / AFP)
Mas se fizermos uma reflexão vamos observar que o imperialismo americano, que havia sofrido uma “derrota” eleitoral em vários países da America do Sul no último período e que hoje, com o aprofundamento da desastrosa política de conciliação de classe, que desencadeou várias derrotas dos governos de frente popular, está com uma sanha feroz para organizar a retomada do comando político desses países. O Brasil é o exemplo mais dramático dessa política de conciliação de classe, organizado pelo PT e que culminou com a falência dos reformistas, em defenderem um governo de coalizão com setores da burguesia, levando à desmoralização e prisão dos seus principais dirigentes através da “operação lava jato”.


Em todo o mundo, os trabalhadores resistem, sob difíceis circunstâncias buscam uma saída independente dos governos e dos capitalistas, após a aplicação dos chamados “planos de ajustes”, na verdade, brutais ataques aos direitos e conquistas dos povos e trabalhadores. No Brasil depois do Impeachment de Dilma, o ilegítimo governo Temer assumiu com um único compromisso: fazer as reformas exigidas pelos capitalistas e realizar um ataque violento para retirar direitos históricos dos trabalhadores.

50 mil no Largo da Batata SP na noite da Greve Geral 28A
A greve geral de 28A foi uma greve de massas, paralisando 40 milhões de trabalhadores e considerada a maior greve geral ocorrida no Brasil, provocando uma reviravolta na situação política. A greve tirou sua força na espontaneidade das massas, cuja intervenção nos acontecimentos retirou a iniciativa política até então nas mãos da burguesia para a ação direta do povo trabalhador. 
O depoimento de Lula na Lava Jato em Curitiba, no dia 10 de maio, acabou como um desdobramento da greve geral gerando uma massiva manifestação popular. Lula, até então mantendo uma atitude focada na sua campanha para 2018 e sendo discreto em relação às manifestações, acaba no epicentro do furacão contra o governo Temer, carregando atrás de si a direção reformista do PT. Uma das lições a extrair é a de que as massas quando entram em ação, buscam apoio imediato no primeiro degrau que elas podem alcançar, porque é o que elas reconhecem como liderança pela experiencia passada. Elas se voltam para as direções tradicionais iludidas com o programa reformista. E será somente pela própria experiencia e no combate na luta de classes que compreenderão a inutilidade do reformismo, abrindo condições favoráveis para a intervenção dos marxistas revolucionários.

STF afasta senador Aécio *O Globo
O impacto dessa onda contra o combalido e corrupto governo Temer e seu programa de maldades contra os trabalhadores liberou forças centrífugas dentro da burguesia e de seus representantes no Congresso Nacional. Rejeitado por 96% da população e com a iniciativa política nas mãos da classe trabalhadora e de suas organizações, o governo Temer está com os dias contados.

É nesse contexto que as Organizações Globo, que até então vinha blindando e apoiando o governo Temer, mas que tem na JBS uma das suas maiores contas publicitárias, para salvar a si mesma da falência e retomar a iniciativa política da burguesia perante o movimento de massas, opera uma manobra para poder prosseguir com o ajuste proposto pelo governo ilegítimo. Assim transforma o governo Temer em cachorro morto divulgando o vazamento das delações dos donos da JBS que gravaram tudo, desde o Temer concordando com a mesada para o Eduardo Cunha ficar calado na prisão como também um Aécio mafioso pedindo propina e falando em matar seus próprios parceiros que sabem demais.

Temer após Coletiva em 18/5 *IG Ultimo Segundo
Ao explodir a bomba atômica, cai não só o governo Temer e seus pacotes de maldades, se pode levar junto toda a “República dos Canalhas:” o judiciário seletivo e reacionário, a Lava Jato e o juiz Sergio Moro que impediu Cunha de delatar o Temer, o Congresso dos 400 ladrões e a própria mídia golpista, especialmente a Globo, que acabou por dar também um tiro no próprio pé.

Imediatamente ao anúncio pela internet, se realizaram protestos de milhares em São Paulo e Rio de Janeiro para exigir a saída imediata de Temer e Eleições Diretas Já. A luta política foi colocada em um patamar mais elevado por todo o Brasil aonde a tendência é a pressão popular e as manifestações de rua não cederem até que se convoque novas eleições. A classe trabalhadora sai da defensiva e começa a se movimentar pela disputa do poder político através da campanha pelas Eleições Diretas Já.
A burguesia começa a manobrar para salvar a equipe econômica do Henrique Meirelles e os planos sinistros de reformas da Previdência e Trabalhista. Vão tentar uma saída via eleição indireta por um Congresso de 400 ladrões, o que só vai gerar um governo ainda mais ilegítimo que o de Temer e sem condições políticas de governar.

O Movimento Luta pelo Socialismo (M-LPS) repudia as manobras para um novo golpe contra os trabalhadores e se junta à Frente Única da classe trabalhadora, isto é, a unidade dos trabalhadores e de suas organizações, dialogando com as massas e as lideranças dos movimentos no sentido de ir até o fim para conquistas eleições livres, gerais e diretas já. Não temos ilusão no jogo viciado que é o processo eleitoral burguês, por isso chamamos a necessidade de representatividade efetiva. Eleições com as atuais regras antidemocráticas impedem os trabalhadores de elegerem seus representantes.
É no desenvolvimento desta situação que podemos impulsionar a constituição de comitês de luta nos bairros, locais de trabalho, de estudo, nas fábricas. A auto-organização independente do povo trabalhador abre a perspectiva para superar o sistema capitalista e socializar os grandes meios de produção.

O M-LPS, mantendo sua independência política, combate ombro a ombro com as organizações dos trabalhadores na linha da unidade do “front” proletário, mas propondo avançar até abolir essa ordem existente apodrecida da República que acabou de desmoronar. Para evitar todas as manobras da burguesia e de seus representantes parlamentares, defendemos uma Assembleia Constituinte Soberana, eleita sob a base de “um homem, uma mulher um voto”, a proporcionalidade simples que dará maioria à classe trabalhadora, que poderá então definir a forma e conteúdo da democracia e das novas instituições a serem criadas. Esse é o único caminho para expulsar a burguesia, podre, corrupta e vagabunda do poder político.


ELEIÇÕES DIRETAS E GERAIS JÁ!

ASSEMBLEIA CONSTITUINTE SOBERANA! UM HOMEM, UMA MULHER, UM VOTO!

POR UM GOVERNO DOS TRABALHADORES!

PELO SOCIALISMO!


Juntem-se a nós neste combate!

São Paulo, 18 de maio de 2017

Coordenação Nacional do Movimento Luta Pelo Socialismo (M-LPS)














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