Fora UJS! Derrubar a direção pelega para a UNE voltar a ser perigosa!
A UNE caiu em ampla desmoralização perante a juventude. De uma organização de luta, inimiga da Ditadura Militar, se tornou uma instituição chapa branca dos governos e afastada da juventude. Hoje a UNE não organiza os estudantes.
Dezenas de milhões de jovens brasileiros, e apenas alguns desses estão nas universidades. Quando estão, em sua maioria tem de pagar mensalidades caras para estudar em faculdades pagou-passou. Dos 9 milhões de candidatos que fizeram o ENEM em 2016, pouco mais de 400 mil conseguiram uma vaga pelo ENEM; e entre esses, apenas uns 200 mil conseguiram vagas em universidades públicas. A direção atual largou os estudantes à própria sorte.
Para entender essa situação, é necessário ir ao passado e encontrar o nó que paralisa a organização: há mais de vinte anos, a União da Juventude Socialista controla a UNE. A UJS, o braço juvenil do PCdob; partido que faz alianças com o que há de mais podre na política brasileira, como os golpistas DEM e PSDB no Maranhão, e toda uma enorme lista. Sendo o setor juvenil deste partido, a UJS segue a política suja da conciliação classes, de não levar as lutas até o final. Isto pode ser exemplificado com posturas e atitudes da direção majoritária no último período, de forte mobilização de estudantes pelo Brasil: a UNE não impulsionou o movimento de ocupações de universidades pelo país, chamando à formação de um Comitê Unificado de universidades e escolas ocupadas. Pelo caminho contrário, a UNE, junto com a UBES, procurou desmobilizar os estudantes, "dialogar" com os governos, levando as lutas para dentro das instituições e traindo os ocupantes.
Como a UJS se perpetua no poder?
A UJS tem se mantido no poder através de métodos clientelistas, burocráticos e despolitizados. Conquistam seus delegados para o CONUNE como se ele fosse uma grande festa, e não um congresso para discussão política. Dentro do CONUNE, através dos mais variados artifícios, tentam impedir que seus delegados tenham contato com as ideias e propostas da Oposição de Esquerda. É através de métodos rasteiros como esse que a UJS e aliados se mantêm no poder.
Durante a preparação para a Greve Geral do 28A a direção da UNE esteve muito mais interessada em usar a entidade para promover o "Lula 2018" que organizar os estudantes efetivamente. As manifestações foram grandes e com ampla presença de juventude organizada, apesar da majoritária se negar a mobilizar os estudantes em conjunto com as centrais sindicais e os movimentos sociais, no que foi a maior Greve Geral da história do país.
Em 2016, durante as ocupações de universidades que ocorreram, a UNE foi rechaçada pelos estudantes, quando não expulsa! Diziam os ocupantes: "Tirem suas bandeiras e métodos burocráticos daqui. Não nos representam!" Os estudantes têm consciência que essa direção não os representa.
Durante as ocupações que se alastraram por todas as partes do país, num sinal de clara disposição de luta da juventude, a UNE, junto com a UBES (também também sob controle da UJS) tentaram barrar as lutas. Durante a ocupação da ALESP em São Paulo, em 2016, quando a juventude se levantou contra o Ladrão da Merenda, a UNE e a UBES negociaram com os políticos para encontrar uma saída que não colocasse em xeque as instituições. Fizeram isso em nome de si mesmas. Isso ainda está fresco em nossas memórias. Não esquecemos!
Ao invéns de se colocar ao lados dos estudantes, mobilizando-os para as lutas, os organizando, a direção da UNE, ao contrário, aparece ao lado de inimigos do povo e da juventude; tirando fotos com José Serra, um vampiro que quer entregar nossos poços de petróleo ao imperialismo; Kátia Abreu, eleita Miss Motosserra pelo Greenpeace (provavelmente por gostar muito das árvores), entre outras figuras ilustres.
Enquanto a majoritária da UNE tira selfes com estes tipos citados acima para postar nas redes sociais, cursos estão sendo fechados pelas universidades públicas Brasil a fora; estudantes estão abandonando seus cursos por falta de programas de auxílio para estudantes gestantes; estudantes pobres vão abandonando a faculdade pois lhes cortaram os auxílios de que necessitam; o Ciência Sem Fonteiras vai sendo abolido. Enquanto programas de extensão e a pesquisa científica nas universidades estão paralisados, ou sendo sumariamente neutralizados pela política dos governos que diz que é necessário cortar gastos; e diz isso enquanto os governantes vivem como reis e assaltam a população com uma Dívida Pública que não foi ela que fez.
Para que o Fora Temer seja para valer!
A UNE como está sendo dirigida hoje, se nega a lutar efetivamente contra o governo ilegítimo e de ataques de Michael Temer. Ao contrário, com discursos inflamados, a ação da majoritária pára aí, não mobilizando realmente: apenas esbravejam "Fora Temer" contra o governo nas passeatas e atividades para transparecer uma imagem de combatividade.
Para ser combativa a UNE deve participar de todas as manifestações do povo trabalhador, e, junto com os trabalhadores, organizar uma Greve Geral da Educação para derrubar as reformas e jogar uma pá de areia no governo moribundo de Temer e Congresso Nacional corruptos. Para cumprir essa tarefa é necessário uma ampla unidade, e ao mesmo tempo, firmeza nas lutas, sem acordos ou negociatas com os governos e os partidos da burguesia. A linha política da atual majoritária, de apontar "Lula 2018" como saída para os estudantes é um verdadeiro desastre; até lá Temer já terá arrancado o couro do povo trabalhador!
Sabemos que Lula e o PT não são alternativas para a juventude e os trabalhadores. Traíram o povo desde que chegaram ao poder, com a Reforma da Previdência de 2003, e seguiram sua política suja de conciliação de classes, que resultou no golpe palaciano de 2016.
Por esses motivos, para levarmos uma luta efetiva contra Temer, é preciso dar uma guinada à esquerda na linha política da UNE para o próximo período. É preciso torná-la independente dos patrões, de seus partidos e dos governos. Apesar da atual direção, a UNE pode reconquistar a confiança da juventude com uma postura realmente combativa, com ações consequentes. A UNE tem um papel fundamental que é o de organizar o movimento estudantil brasileiro, ligando-o às lutas direitas dos trabalhadores, lutando por nenhum direito a menos, apenas mais direitos; e por uma política que defenda uma grande transformação social, seguindo o espírito revolucionário da juventude. Lutar pela revolução e pelo socialismo!
A Juventude do MLPS, combatendo pelos direitos, conquistas e reivindicações da juventude, busca organizar a juventude nesse sentido, ligá-la aos movimentos grevistas, na base da aliança operária-juvenil, estando nas portas das fábricas explicando a situação política para os trabalhadores e que a única saída é os trabalhadores tomarem seu futuro em suas mãos.
Entendemos a importância que a UNE pode ter para a construção de dignidade para o povo trabalhador, chamamos voto na Oposição de Esquerda da UNE, por vermos nesse agrupamento o pólo mais combativo dentro da entidade. A juventude é guerreira e altiva, precisa de uma UNE de esquerda, combativa, independente dos patrões e dos governos.
O MLPS é um coletivo nacional de jovens, operários, trabalhadores que lutam pelos interesses imediatos e históricos da classe trabalhadora. Lutamos em defesa de serviços públicos, gratuitos e de qualidade para todos, pelo fim do capitalismo e pela revolução socialista. Leiam nosso manifesto de fundação: https://movimentolutapelosocialismo.blogspot.com.br
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