Declaração do Movimento
Luta Pelo Socialismo (M-LPS)
*Por Coordenação Nacional
O chamado “15M” foi a mobilização nacional com importantes greves em todo país e centenas de milhares
nas ruas. A entrada em cena da classe trabalhadora modificou a situação.
A greve geral do dia 28 de
abril consolidou a virada na situação política do Brasil. Até
então a ofensiva política estava nas mãos da burguesia, aliada do imperialismo,
desde a manobra parlamentar-midiática que encerrou
o governo de colaboração de classes de Dilma e o PT, através da farsa do impeachment que preservou os representantes da
burguesia nele. O objetivo real era atacar o proletariado e as massas
trabalhadoras em todas as frentes visando aumentar a exploração do trabalho
assalariado retirando direitos conquistados e reduzindo salários. Um ataque que
a burguesia considerava que Dilma não seria mais capaz de realizar. Não com a
intensidade, nem com a velocidade que impedisse a classe trabalhadora de
reagir.
Aécio, Temer e Joesley |
A entrada em cena da classe trabalhadora
A maré enchente contra o governo Temer e suas reformas não para de crescer desde a manifestação em 8 de março das mulheres e as paralisações e manifestações em 15 e 31 de março já anunciavam que uma virada iria acontecer. A grandiosa greve geral de 28 de abril faz uma reviravolta no cenário político brasileiro.
28 de Abril mais de 35 milhões paralisam na Greve Geral |
Mais de 150 mil marcham em Brasilia 24 de maio |
Um novo alento é dado às manifestações. Curitiba,
10 de maio, manifestação popular em solidariedade ao Lula com mais de 40 mil
pessoas. Em 24 de maio, 150 mil trabalhadores presentes na marcha do Ocupa Brasilia.
A repressão da Polícia Militar ataca gratuitamente a marcha dos manifestantes.
Mais de 100 mil em Copacabana pedem Diretas Já |
Assembleia em fábrica de vidros no ABC Paulista contra co-participação |
No momento
que estamos escrevendo este artigo passeatas do movimento de moradia em São
Paulo com milhares de participantes por Diretas Já estão sendo feitas, protestos pela saída do
secretário de cultura de São Paulo que ameaçou ir as “vias de fato” com um
agente cultural, acirramento da disputa de terras no Pará provocando chacinas,
fábricas no ABC paulista começam a mobilizar contra demissões e medidas de
corte como a chamada “co-participação” dos convênios médicos. A entrada da
classe trabalhadora na arena divide e desespera ainda mais a burguesia e o
ilegítimo governo Temer.
Todas essas mobilizações bateram muito pesado no governo e no
Congresso. A burguesia brasileira foi com sede ao pote em sua manobra
parlamentar e pressionou seus representantes políticos a impor uma agenda de
contra-reformas das mais profundas e brutais da nossa história acobertada por
uma mídia que instaurou o ódio de classe no Brasil. Na orgia da farra fiscal do
desacreditado Temer, querendo pilhar e saquear a República não se deram conta
que era uma questão de tempo para o descontentamento popular sair do subterrâneo
e aflorar à superfície como a obra invisível de uma velha toupeira. Agora todos
estão colhendo o que semearam. Está se formando no horizonte um tsunami que
cresce e que pode vir na direção das classes dominantes, se chocando com elas.
A burguesia cada vez mais dividida, mas nada está
decidido
A ofensiva das massas fez fracassar todos os
planos. O plano da Globo de substituir rapidamente o debilitado Temer por um
presidente biônico, eleito indiretamente pelo Congresso dos ladrões, fracassou.
Igualmente fracassou a tentativa de sitiar o Distrito Federal com
apoio dos militares, buscando uma reedição farsesca e grotesca do Ato
Institucional nº 5 da ditadura militar. Por duas vezes os militares recuaram.
Agora atenção! Atolado em denúncias, completamente
desacreditado não somente com o povo que o via como ilegítimo desde que
assumiu, mas junto à classe em nome da qual pretende aprovar as violentas
contrarreformas citadas, Temer se agarra à faixa presidencial da mesma forma
que um condenado à guilhotina se agarra aos pés do cadafalso. Como um
tubarão morto no convés do navio ainda pode ferir gravemente com seus espasmos.
Recusa-se a renunciar, enquanto tenta, com dinheiro
público, comprar uma aparência de “normalidade” em uma situação completamente
anormal.
Por outro lado, Lula recusou o “acordão” da indiretas com o PSDB e PMDB, porque não
tinha nada a ganhar com ele e tem outros planos para um possível governo de
coalizão. Apesar das declarações públicas contra Temer, favoráveis às diretas
já e contra as reformas de retirada de direitos, Lula se mantem reservado em
mobilizar as massas. Da mesma forma, as direções reformistas no movimento
operário são obrigadas a irem mais longe do que desejariam ir, mas puxam o
freio de mão nas manifestações. Como vimos no Ocupa Brasilia em que a direção da CUT e outras centrais pediram para seus blocos não irem em marcha até o Congresso.
O contra ataque da burguesia já começou e vai se
concentrar na votação pelo Senado da reforma
trabalhista no dia 6 de junho. É um erro estúpido considerar que, mesmo com sua
maior crise de legitimidade, a burguesia está em estado terminal. Ela dispõe
ainda do aparelho do Estado e de enormes recursos econômicos e financeiros para
continuar sua guerra contra o proletariado. Mas a crise de legitimidade, que
contrapôs as classes dominantes contra a esmagadora maioria do povo brasileiro
liberou forças centrífugas incontroláveis.
Até agora nenhum acordo foi possível
no Congresso para achar uma alternativa que viabilize as eleições indiretas.
Com Temer ou sem ele, a burguesia continua dividida, seus representantes no
parlamento cada vez mais desmoralizados perante a população, a mídia brigando
entre si ,e o STF, resolveu fazer operação tartaruga. As denúncias a Temer e sua
relutância em renunciar aprofundam a crise política e ameaçam todas as
instituições.
A burguesia hesita em remover Temer rapidamente, com receio de
iniciar um efeito dominó e assim transfere a iniciativa ao proletariado, que
pode chegar à conclusão de que será confiando em suas próprias forças, através
da auto-organização independente que poderá enterrar esse governo e todas suas
reformas definitivamente.
É hora de avançar
Nunca a situação foi tão favorável para o movimento
de massas avançar na luta pelas Diretas Já e na organização pela base de uma
Greve Geral capaz de por abaixo o governo corrupto de Temer.
As centrais
sindicais marcaram indicativamente o período dia 26 a 30 de junho para uma nova
greve geral. Mas os prazos podem se encurtar por conta da votação no Senado da
reforma trabalhista. É necessário ter a compreensão que somente pela linha da
frente única, da unidade das organizações operárias em defesa de suas
reivindicações, que será possível avançar nestas jornadas de lutas,
pressionando as direções tradicionais da classe trabalhadora a não recuarem
perante o confronto de classe contra classe que está colocado pela situação
política. Este é o caminho que o PSOL e a Esquerda Socialista devem investir e
que abre as condições favoráveis para impor uma grande derrota política à
burguesia e a patronal.
O Movimento
Luta Pelo Socialismo (M-LPS) combate ombro a ombro com as demais organizações
operárias, na unidade do “front” proletário. Somos componentes da classe
trabalhadora e defendemos todos os interesses imediatos, econômicos e
democráticos do proletariado assim como seus interesses futuros de emancipação como obra dos próprios trabalhadores. Ao mesmo tempo
asseguramos nosso passaporte de independência política, nossas campanhas e
nossas iniciativas políticas.
As nossas
tarefas imediatas se concentram na preparação da Greve Geral, constituindo na base Comitês de Luta onde as condições o permitirem. Estes comitês podem auxiliar a
classe trabalhadora a constituir sua própria auto-organização.
Avançamos na
campanha por DIRETAS JÁ E ELEIÇÕES GERAIS, com essa palavra de ordem dialogando
com o amplo espectro político das organizações operárias, dos
movimentos sociais e com o sentimento das massas. Esta é a maneira para avançar o nível de
consciência, de organização e experiência com os limites do reformismo.
Não as Reformas Trabalhistas e da Previdência - Nenhum Direito a Menos!
Fora com a República dos 1% - Nenhum Acordo Sem o Povo!
Organizar Desde a Base a Nova GREVE GERAL para Derrubar as Contra-Reformas!
FORA TEMER E
O CONGRESSO! DIRETAS JÁ E ELEIÇÕES GERAIS!
São Paulo, 1 de junho de 2017
*Coordenação
Nacional do Movimento Luta Pelo Socialismo eleita na Plenária Nacional em 1º de maio de 2017
O POVO AMADURECE...O SOCIALISMO É O ÚNICO CAMINHO.
ResponderExcluirO Movimento Luta Pelo Socialismo
ResponderExcluirSó a luta organizada pode mudar a situação. Viva a luta do povo trabalhador!
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